Um jovem, valente e impetuoso como um leão, esteve, durante cinco anos, apaixonado por uma mulher. Num dos olhos da sua beldade havia uma manchazinha, mas o amante, quando admirava a beleza da amada, nunca a via. Como poderia o homem, tão apaixonado, reparar num minúsculo defeito? Com o tempo, todavia, o amor começou a diminuir e ele reconquistou o domínio de si mesmo. Foi então que notou a mancha, e perguntou à mulher como aparecera aquilo.
E ela:
“Isso apareceu na ocasião em que teu amor principiou a esfriar. Quando o teu amor por mim se tornou defeituoso, meu olho se tornou defeituoso para ti”.
Ó cego de coração! Por quanto tempo ainda continuarás a procurar as faltas alheias?
Forceja por ter consciência das coisas que escondes com cuidado. Quando vires tuas faltas em toda a sua hediondez, não te preocuparás tanto com as dos outros.
Fonte: Farid Ud Din Al-Attar,Linguagem dos Pássaros.
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