sábado, 9 de junho de 2018

Pegadas humanas datadas de aproximadamente 85.000 anos atrás são reveladas na Arábia Saudita

pegada encontrada próxima a Tabuk, Arábia Saudita.
Em algumas das primeiras migrações importantes ocorridas, é provável que os humanos usaram a rota do Sinai para sair da África e chegar à Ásia, tornando a região hoje conhecida como Arábia Saudita crucial para o entendimento dessas rotas, de acordo com uma nova pesquisa.

Pegadas humanas datadas de cerca de 85 mil anos atrás foram encontradas na parte noroeste da Arábia Saudita, fornecendo novas evidências de como os humanos migraram para fora do planalto africano. As pistas arqueológicas recentemente coletadas reforçam a crença de que a Península Arábica pode ter desempenhado um papel fundamental na facilitação das primeiras migrações da África.

De acordo com arqueólogos que trabalham no campo no país, além das evidências já disponíveis obtidas na região, essas importantes migrações podem ter se desdobrado muito antes do que se acreditava anteriormente. Pesquisas anteriores sugerem que migrações em massa para outros continentes da África aconteceram há 60 mil anos. Com a evidência aumentando, incluindo as descobertas recentes, paleo-antropólogos podem considerar a possibilidade de atrasar a linha do tempo.

Da mesma forma, pode haver necessidade de mudanças na estimativa de quando os primeiros humanos apareceram na África, que tradicionalmente se diz há cerca de 200 mil anos. Apenas em 2017, um fóssil humano desenterrado no Marrocos foi, para surpresa generalizada, considerado 100.000 anos mais velho do que os fósseis encontrados na Etiópia, uma descoberta que por si só desafia a narrativa da evolução humana sobre quando e onde apareceram os primeiros humanos.

Em relação às pegadas recém-encontradas, elas foram identificadas próximas à cidade de Tabuk, capital da região de Tabuk, no noroeste do país do Oriente Médio. Embora seja uma região desértica hoje, no tempo dos primeiros migrantes que deixaram seus vestígios, o lugar teria prosperado com vegetação e vida selvagem.

Tabuk, Arábia Saudita.

As notícias sobre as descobertas foram compartilhadas em um comunicado de imprensa em 14 de maio de 2018, pelo Ministério da Cultura e Informação da Arábia Saudita. Os traços do pé foram encontrados em várias direções, todos associados ao local de um antigo lago de água doce. Os humanos pré-históricos poderiam ter usado o lago como um potencial recurso alimentar, pegando peixes.

Como a National Geographic escreve, foi o príncipe Sultan bin Salman, que preside a Comissão Saudita de Turismo e Patrimônio Nacional, que anunciou a notícia enquanto visitava o Museu Nacional de Tóquio; a instituição abrigava uma exposição de artefatos antigos pertencentes à Arábia Saudita.

O príncipe Salman comentou: "Esta é uma descoberta maravilhosa e muito rara que mostra a chegada do homem na Península Arábica da África ao lado de outras migrações humanas", segundo a Gulf News.

Ele sugeriu que as pegadas poderiam ter a idade de 85.000 anos. Segundo os arqueólogos, ainda são necessárias mais análises, e os planos são para a produção de um artigo científico no próximo período, informa a National Geographic.

A Arábia Saudita pode ser de fato o próximo foco de escavações arqueológicas. O país só recentemente abriu suas portas para cientistas e pesquisadores do exterior, convidando instituições de primeira linha para investigar locais antigos que possam fornecer conhecimento sobre assuntos fundamentais, como as primeiras migrações humanas.

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