Um sapinho da espécie Bufo saltitava distraidamente num bosque quando caiu num poço, estava escuro, mas ele logo sentiu que era um lugar acolhedor com água e comida farta, porém o melhor é que havia uma planta rara que exalava um fedor de carniça que atraia uma espécie de mosca que o sapinho comia com deleite.
E assim o tempo foi passando e o sapo Bufo engordando.
Até que um sapo velho passou por ali e ouviu o coaxar do sapo Bufo no fundo do poço.
“Ei!”, gritou o sapo velho, “o que você está fazendo ai no fundo deste poço escuro e fedorento?”
“Comendo moscas deliciosas”, respondeu o sapo Bufo.
“Aqui fora tem muitas outras coisas deliciosas”, acrescentou o velho sapo.
“Dê um exemplo!”
“A luz! a liberdade..."
E fez uma digressão tão convincente sobre aquelas coisas deliciosas que o sapo Bufo se interessou em sair do poço. Deu vários pulos, mas não conseguia alcançar a borda.
Então o velho sapo jogou uma linha para o sapo Bufo subir, mas ele estava tão pesado que, bufando, não conseguia subir nem um metro.
O sapo velho disse-lhe:
“você está muito pesado de tanto comer estas moscas suculentas. vou lhe dar uma disciplina alimentar para que você emagreça e possa sair daí.”
Eram umas poucas, mas efetivas regras...
O sapo Bufo, alentado pelas palavras do velho sapo, seguiu as regras e emagreceu um pouco. e tentou subir novamente.
No meio do caminho uma das suculentas moscas passou por ele rumo às flores fedorentas. o sapo Bufo não agüentou –deu um pulo no ar tentando apanhar a mosca.
E caiu até o fundo onde se fartou comendo muitas moscas...
E começou a gritar: ”velho imundo! não existe luz nem liberdade, coisa nenhuma! só as moscas!”
E sempre que outro sapo velho tentava convencê-lo a sair ele o criticava asperamente, ironizando a luz e a liberdade.
Moral prashantetica- quem não quer sair do fundo do poço vira um sapo critico comedor de moscas.
Fonte: "O Dragão com Asas de Borboleta e Outras Estórias Zen-Taoístas" - Sw. Deva Prashanto
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