Existe um aspecto da realidade, ou daquilo que tomamos por realidade melhor dizendo, que vem a ser a impermanência. Já Heráclito intuiu que tudo muda a todo tempo e só a mudança permanece. É fácil vermos que o passado não existe. Como poderíamos ir à Grécia Antiga discutir filosofia com Platão? É muito nítida a impossibilidade disso, simplesmente porque o passado não existe. Pensemos agora no futuro. Quero conhecer a Europa do ano 2050. Vou a uma agência de turismo e peço minha passagem...Quero conhecer Paris do ano 2050. O agente de viagens me olha assombrado e chama o camburão. É claro que o ano 2050 não existe e tudo o que falarmos sobre ele será mera conjectura. Mas o segundo que acaba de passar também é passado e o segundo que está por vir também é futuro. E igualmente não existem. O milésimo de segundo passado já não existe e é impossível recuperá-lo. Apenas o presente existe e o presente é exatamente isto que está agora diante de nós, exatamente isto em que estamos mergulhados, o aqui e agora, nossa realidade. Mas se nem o milésimo de segundo futuro ainda existe, nem o milésimo de segundo passado continua a existir, o passado nada mais é que um fluxo de algo que surge e desaparece constantemente. É como os fotogramas de um longa metragem que assistimos, milhares de fotos um pouco diferentes projetadas continuamente nos dão uma sensação de continuidade. Na verdade flashes de luzes são projetados na tela em um fluxo continuo. E isso nos dá a sensação de que há algo que permanece.
Cada flash surge e desaparece em seguida, mas essa sequência nos dá a ideia de uma permanência. E assim também é aquilo que tomamos por realidade. Nada permanece, exceto a mudança.
Cada flash surge e desaparece em seguida, mas essa sequência nos dá a ideia de uma permanência. E assim também é aquilo que tomamos por realidade. Nada permanece, exceto a mudança.
Como já dizia Heráclito de Éfeso!
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