Em termos físicos, psicológicos e em outros aspectos do ser humano, vamos procurar descrever o que pode acontecer com as pessoas preguiçosas em seu cotidiano.
1. Fisicamente
Uma série de sofrimentos físicos podem passar a ser rotina.
2. Sentimento
Quando o ser humano se dedica integralmente em determinada atividade, ele é capaz de sentir uma profunda e infinita satisfação. Contudo o preguiçoso faz exatamente o oposto, ou seja, faz de tudo para não se dedicar nas coisas. Ou se faz, é sempre contra a sua vontade e, consequentemente desanimado e sem motivação. A alegria e a satisfação não existem neste gesto de postura. Em outras palavras, são condutas de pessoas que não querem, por si só, sentir a alegria e o prazer de fazer algo com dedicação e afinco. Evita a satisfação da conquista. A sua concepção de satisfação, neste caso, torna-se extremamente estreita e limitada.
Como resultado desta postura, os seguintes resultados podem sobrevir em vida do preguiçoso:
- Seu dia-a-dia não tem graça, é insosso.
- Como não executa as coisas assim que percebe, o rendimento e produtividade de seu trabalho caem. Os serviços ou tarefas não se concluem. Os trabalhos sem conclusão se acumulam e está num "beco sem saída" em vários aspectos de sua vida.
- Seu raciocínio torna-se lento, as suas atividades não alcançam resultados e, por esta situação, ele próprio torna-se uma pessoa complexada, inferior.
- Por causa de seu complexo de inferioridade, é compelido a sentir-se menor capaz e menor que os outros.
- As percepções devem ser executadas assim que elas lhe vêm à mente. Mas o preguiçoso recua a agir desta maneira e por causa disto, perde o momento ideal e adequado para fazer as coisas. Passa a fazer atividades de forma desfocada, obtém resultados aquém de suas expectativas e em virtude disto leva uma vida insegura e sem convicção.
- Se o ser humano não conhece o sabor de seus afazeres, não terá a oportunidade de sentir satisfação nos mesmos. Acaba o interesse e também a motivação.
- Em todas as coisas que o preguiçoso faz, não há profundidade, executa apenas superficialmente e passa a não ser capaz de sentir o sabor real que as suas atividades possuem.
- Não há entusiasmo onde não há interesse.
- Uma vez que não as põe em prática, a sua capacidade e sensibilidade para as percepções divinas tornam-se enfraquecidas e escassas.
3. Seu comportamento, suas reações:
A pessoa preguiçosa chama as seguintes consequências em seu padrão de comportamento:
- Como não há entusiasmo, diminui também a sua força (energia) vital.
- Como perde o momento certo e adequado para fazer as coisas, os resultados passam a ser aquém dos esperados, fazendo com que a sua vida se torne uma sucessão de fracassos. E como consequência, passa a sentir suas fraquezas com muita intensidade.
- Passa a não mais perceber as coisas.
- Enfraquecem-se as faculdades básicas do ser humano como as da percepção, sensibilidade, raciocínio. Apesar de serem aptidões próprias e naturais do ser humano, até mesmo estas características tornam-se escassas.
- Não gosta de "queimar" a sua energia espiritual, evitando até mesmo usar de criatividade. Assim como o corpo físico atrofia sem exercícios, sua criatividade também sofre o mesmo processo.
- Mesmo recebendo as percepções divinas, o preguiçoso não age, não executa no mesmo momento. A prosseguir assim, ele não mais saberá distinguir "percepções divinas" de "pensamentos desconexos".
- Não expressa as coisas que percebe. Mesmo que perceba fatos e ideias que precisa falar, acaba deixando sempre para depois e diminui sua capacidade de expressar-se, de conversar com as pessoas.
- O sentimento de preguiça, por definição, é aquele que não se adapta a cada momento em que as coisas acontecem. Por consequência, enfraquece-se a sua capacidade de obter resultados e a compreensão das coisas.
- A produtividade em suas tarefas não melhora.
- O preguiçoso evita ao máximo ter que expressar-se consequentemente, sua capacidade de expressão atrofia. A arte somente se concretiza através da expressão humana. A ausência de expressão fará, fatalmente, com que a arte não exista em sua vida.
- O ser humano somente descobre o verdadeiro sabor das coisas quando as executa pessoalmente. Como a pessoa portadora da preguiça não está disposta a "queimar" sua energia física ou espiritual, comparativamente a uma pessoa comum, ela estará mais atrasada em todos os sentidos para descobrir o real valor das coisas que fazem parte da sua vida.
- Não está disposto a apreciar o sabor das coisas e acontecimentos que surgem na sociedade em que vive, e portanto, está estreitando seu espaço para a criação da arte pessoal.
- Por causa do sentimento de preguiça, deixa de executar as suas atribuições e responsabilidades como ser social. Pensa apenas em suas conveniências e seus sentimentos não chegam a se preocupar com as pessoas. A compreensão em relação a elas, portanto, torna-se escassa, não há intercâmbio de sentimentos e de gentilezas entre ele e as outras pessoas. O seu relacionamento com as pessoas torna-se frio. As pessoas irão afastar-se da pessoa preguiçosa.
- Como as pessoas não mais darão atenção à pessoa portadora deste sentimento, em determinados casos, acaba marginalizando-se da sociedade.
- Seu trabalho não rende e sua execução é lenta.
- Como não executa as percepções assim que as recebe, seus problemas começam a se complicar ainda mais.
5. Sua personalidade:
- Torna-se uma pessoa indecisa e sem coragem para desafiar as dificuldades.
- Por não ter o sentimento de enfrentar os objetos com os quais se depara em sua vida, passa a não compreendê-los, as coisas passam a não ocorrer conforme está esperando e as crises depressivas aumentam.
- Torna-se um ser humano lento em tudo, sem perspicácia nas coisas.
- Por mais que as pessoas falem com o preguiçoso, não percebe, não entende na hora. Parece estar em permanente estado de "desligamento".
- Não obtém êxito nos trabalhos que realiza, passa a sentir-se desmotivado por isto, sem interesse e desgostoso de seu mundo.
- Torna-se um incapaz de realizar as coisas.
- Se o assunto não for estritamente aquele, não demonstra interesse não sente a mínima vontade de fazer e, quanto mais se intensifica no sentimento de preguiça, mais obtuso e estreita se torna a sua visão de mundo.
- Apesar das preciosas percepções que recebe, a falta de prática e de execução fará com que a frequência destas intuições divinas vá reduzindo a cada dia. Assim, passa a ter prejuízos em seus negócios, comércio e trabalho. Em ouras palavras, estará destinado a ser sempre pobre.
- A partir da falta de dinheiro, a família passa a ter discórdia e discussões, acabando até por deteriorar a harmonia existente dentro do lar.
- Perde o interesse em enfrentar novos desafios.
- Torna-se um homem sem valor, sem nobreza.
- Ele estando ou não estando naquele local, as pessoas não sentem a diferença. Vive menos, morre mais cedo.
- Sua existência não será diferente em relação a dizer que está morto.
- Não terá êxito em sua vida.
- O acúmulo destas consequências, em casos mais graves, fará com que o ser humano transforme-se num desocupado e marginalizado na sociedade. Em outras palavras, o sentimento de preguiça, se manifestado de forma permanente, pode levar a destruição da vida do homem.
Para não manifestar o sentimento de preguiça
I 100% de preguiça
Há até algum tempo atrás, entendíamos que o sentimento de preguiça era resultado da postura de não gostar de consumir a sua energia física e espiritual. E dependendo do enfoque da orientação, abordava-se somente o aspecto da energia física e num outro momento, a energia espiritual. Entretanto, o consumo, queima destas duas energias, na verdade, ocorre num mesmo momento. Os dois elementos, na realidade, são consumidos juntos, ao mesmo tempo pelo ser humano.
Em outras palavras, num trabalho espiritual, você acaba consumindo também o seu físico. Não há trabalho espiritual desprovido de trabalho físico. Se você estiver pensando neste momento, certamente estará sentado, de pé ou, de alguma maneira, despendendo sua energia física. Por outro lado, em qualquer esforço físico que estiver fazendo estará pensando em alguma coisa. É impossível executar qualquer trabalho ou ação com inatividade total de sua mente.
Até mesmo num simples gesto de caminhar pela rua é preciso alguma atenção, para desviar das pequenas pedras e buracos na calçada, e na hora de atravessar a rua, o esforço mental (para não ser atropelado) seja talvez ainda mais requerido que o próprio esforço físico. Portanto, seja qual for a atividade que o ser humano vá realizar, ele está em todos os momentos utilizando as duas energias, a física e a mental (espiritual). Neste sentido, o preguiçoso, no intuito de fazer o menor esforço possível, tanto físico como espiritualmente, acaba ficando com vontade, por exemplo, de tirar uma "soneca" em plena luz do dia, ficar sem fazer nada, etc. Em atividades, por exemplo, que requerem cálculo meticuloso e conferências permanentes, se esta for a sua obrigação, ele faz quase sempre contra a sua vontade, o cansaço e o enjoo vêm à tona rapidamente e sente vontade de levantar-se e sair por aí, andando e distraindo-se.
II. Círculo vicioso
Em relação ao vício espiritual de preguiça, no que se refere a suas causas, efeitos e resultados negativos, acreditamos que tenha ficado claro o quanto este sentimento é inútil e prejudicial ao ser humano.
O sentimento de preguiça acaba fazendo com que se perca a noção das descobertas do valor das coisas. Na medida em que não há esta descoberta de novos valores, acaba também a motivação e o entusiasmo para tudo, assim, surge ainda mais forte o sentimento de preguiça. Trata-se, pois, de um círculo vicioso, em que o sentimento de preguiça será sempre uma constante.
III. Ao perceber, não deixar abrir brechas, mas agir.
Desta maneira, como devemos agir para que este temível e terrível sentimento de preguiça, pior que o vírus de uma maléfica doença, passe longe de nós? Em seguida vamos enumerar algumas das posturas nas quais o sentimento de preguiça não tem espaço para entrar. Vamos em seguida tentar imaginar as posturas que impedem que o sentimento de preguiça invada nossa mente. Antes, porém, vamos rever os dois tipos principais e distintos de sentimento de preguiça que podem existir.
A. Mesmo sabendo das coisas que devem ser feitas no momento, não as faz, colocando como prioridade os afazeres de que gosta de fazer.
B. Sentimento de não querer fazer as coisas, mesmo que perceba. Vamos a partir daqui, em relação a estes dois tipos de sentimento de preguiça, tentar compreender a melhor postura.
A. Mesmo sabendo das coisas que devem ser feitas no momento, não as faz, colocando como prioridade os afazeres de que gosta fazer.
Trata-se também de uma postura onde não há ação mesmo com a percepção. A própria pessoa reconhece que aquilo que está fazendo no momento não é a prática da primeira percepção. Em outras palavras, todo ser humano possui um instinto de defesa de sua vida (integridade) e tem também em mente aquilo que quer em sua vida. Quando, por exemplo, toca com a mão numa panela quente, instintivamente, afasta-se pois seu próprio corpo reage a uma ameaça de sua integridade física.
Por outro lado, o ser humano também tem a noção do bom senso e do respeito às leis humanas e as normas estabelecidas. Sempre antes de ultrapassar o farol, percebe que está fazendo algo errado. Em outras palavras, podemos dizer que sempre que o ser humano possui alguma percepção, trata-se da hora em que questiona consigo mesmo se aquele fato ou situação não irá constituir uma ameaça à sua integridade ou algo que esteja fora de seus objetivos. São estas idéias que lhe vêm em mente e então surgem estas e outras percepções.
Nestes momentos cruciais ele está, instintivamente, percebendo que aquilo que deve fazer. No entanto, logo em seguida vem à tona seus caprichos e suas conveniências, que acabam fazendo-o mudar de ideia. Antes de seus caprichos, porém ele sempre percebe o caminho correto a ser seguido. O hábito, no entanto, de fazer pouco destas primeiras intuições e optar por alimentar suas conveniências e gostos pessoais estimulam ainda mais a manifestação do sentimento de preguiça. Se esta mesma pessoa agisse tão logo percebesse, certamente não sobraria "brecha" para que a preguiça se adentrasse.
O ser humano é feito assim. Quando está entretido com algum pensamento, não consegue fazer outra coisa. Se assumir a postura de executar as percepções assim que lhe vier à mente, não estaria pensando em fazer outras coisas ou de outra maneira. Portanto, podemos afirmar com segurança que, quando uma pessoa está agindo desta maneira como este item descreve, não está agindo ao perceber em seu cotidiano.
Maiores detalhamentos deste aspecto estaremos dando no próximo item B.
A outra possibilidade na qual o ser humano estaria manifestando este tipo de sentimento de preguiça é na seguinte situação: percebeu e começou a agir, mas no meio do caminho surgiram outros pensamentos de capricho e acabou optando por fazer aquilo que gosta. Isto acontece porque está deixando-se dominar por pensamentos desconexos. Mas por que os pensamentos desconexos surgiram? Porque a dedicação àquela atividade não era plena. Se a sua dedicação fosse total em seus empreendimentos, certamente não sobraria espaço nem para estes pensamentos desconexos invadirem a sua mente.
O ser humano, quanto mais se empenha naquilo que faz, maior a alegria que poderá sentir em sua vida, e assim sentir-se-á motivado para seguir vivendo. Esta postura fará também com que pensamentos desconexos e de caprichos pessoais sejam impedidos de entrar em sua vida. Assim, jamais poderá acontecer de desviar-se em sua vida, perdendo até mesmo motivação para trabalhar, etc.
B. Sentimento de não querer fazer as coisas, mesmo que perceba.
A postura de não fazer aquilo que percebe pode ser definido como sentimento de preguiça. Desta maneira, podemos entender que a postura de fazer as coisas assim que recebe as percepções, é demonstração de que esta pessoa não tem sentimento de preguiça. Para que uma pessoa assuma esta conduta de "agir ao perceber", é preciso, antes de mais nada, entender que o segredo de êxito nas coisas está exatamente aí.
Assim, como citamos há pouco, não executar as percepções que se recebem é um gesto de completa falta de bom senso e de falta da postura de tomar as imediatas providências. Gostaríamos de considerar mais uma vez este ponto, insistindo que de fato se trata de uma postura sem valor.
O nosso comportamento deve ser sempre de não deixar qualquer tipo de pensamento entrar entre o momento da percepção e da ação. Não é momento de considerar se as providências tomadas foram acertadas ou não, adequadas ou não. O importante antes de mais nada, é agir assim que perceber. Se a providência tomada não for a mais adequada, os resultados disto surgirão em seguida. Vamos tomar como um exemplo uma pessoa que percebeu que chegou a hora de fazer uma limpeza geral em sua casa.
Ela está, naquele momento, dedicando-se no ato de limpar. Percebe, num dado momento, que deverá deslocar um móvel para fazer uma limpeza completa. Tenta fazer isto sozinha, percebe então que precisará de ajuda, chama alguém para lhe ajudar, percebe então que o melhor é fazer isto e aquilo, etc. Desta maneira independente de as alternativas adotadas serem ou não ideais, as percepções mais adequadas vão surgindo logo em seguida, numa sequência sem fim. Para isto, basta que as providências aconteçam instantaneamente após as percepções.
E assim, qualquer que seja a alternativa adotada, o mais importante é a ação imediata. Pois se assim fizer, as próximas percepções irão surgindo e a pessoa poderá encontrar o caminho correto, para a consecução de seus objetivos. O importante é não dar "brecha" para que outros pensamentos acabem surgindo. O sentimento de preguiça, se assim o ser humano agir, não terá lugar.
IV. Faça primeiro aquilo que perceber
Aqui cabe uma observação. Não é porque percebeu que irá fazendo as coisas, abandonando tudo que está fazendo no momento. Há ocasiões em que a providência correta é outra. Há percepções que podem e devem ser executadas naquele exato momento. Há outras que deverão ser feitas amanhã, e outras até que devem ser colocadas em pratica no ano seguinte, etc. Se a sua atribuição for a de um diretor de uma empresa, há tarefas a serem pedidas ao gerente, outras à secretária e outras ao seu assessor e até mesmo percepções cujas execuções devem ser dele próprio.
Gostaríamos de salientar que as percepções divinas não existem exatamente para que saia largando a sua atividade atual e aventurando-se a fazer o que lhe vem em mente.
No entanto, o preguiçoso está, por outro lado, lançando mão de sua acomodação e utiliza estes argumentos como sua justificativa para, por exemplo, delegar todas as suas tarefas a seus subordinados, deixar de fazer todas as coisas principais naquele momento, alegando que determinadas percepções não são de execução imediata e que podem ser adiadas, e assim por diante.
Por outro lado, há também situações em que a pessoa percebe determinada providência a ser tomada, mas fica hesitante se termina primeiro aquilo que está fazendo ou se abandona o que está fazendo no momento para executar a percepção. O sentimento de preguiça não pode ter espaço neste sentido. Portanto, se veio a indecisão, o ideal é que a pessoa interrompa instantaneamente aquilo que está fazendo e faça aquilo que percebeu, e posteriormente, retorne a atividade anterior. Assim, não surgirá o sentimento de indecisão nem de preguiça, e as suas obrigações e tarefas irão sendo resolvidas uma a uma. Lembrando sempre que quando falamos em interromper momentaneamente a sua tarefa é para executar uma outra que acabou de perceber.
Se, por exemplo, estiver fazendo uma leitura ao perceber alguma coisa a ser feita, não espere terminar aquela página ou capítulo, pois isto é manifestação de teimosia, coloque o marcador no mesmo momento e procure executar seus pensamentos. Por outro lado, quando falamos que as pessoas que percebem as coisas devem interromper aquilo que estão fazendo, não estamos dizendo que elas devem retornar apenas no outro dia, ou quando se lembrar de continuar sua tarefa que foi interrompida. Tão logo conclua a execução de sua percepção, retorne aquilo que estava fazendo.
Em outras palavras, no momento em que recebeu esta deve transformar-se em ação, expressão. Por exemplo, deixar anotado, num papel, um recado para não esquecer, deixar transmitido para alguém, etc. Assim fazendo, as distrações e esquecimentos serão evitados e aumentará a produtividade de seus serviços.
V. Sentimento de desânimo e resultado da preguiça
A postura de não fazer aquilo que percebe pode ser definido como sentimento de preguiça. Desta maneira, podemos entender que a postura de fazer as coisas assim que recebe as percepções, é demonstração de que esta pessoa não tem sentimento de preguiça. Para que uma pessoa assuma esta conduta de "agir ao perceber", é preciso, antes de mais nada, entender que o segredo de êxito nas coisas está exatamente aí.
Assim, como citamos há pouco, não executar as percepções que se recebem é um gesto de completa falta de bom senso e de falta da postura de tomar as imediatas providências. Gostaríamos de considerar mais uma vez este ponto, insistindo que de fato se trata de uma postura sem valor.
O nosso comportamento deve ser sempre de não deixar qualquer tipo de pensamento entrar entre o momento da percepção e da ação. Não é momento de considerar se as providências tomadas foram acertadas ou não, adequadas ou não. O importante antes de mais nada, é agir assim que perceber. Se a providência tomada não for a mais adequada, os resultados disto surgirão em seguida. Vamos tomar como um exemplo uma pessoa que percebeu que chegou a hora de fazer uma limpeza geral em sua casa.
Ela está, naquele momento, dedicando-se no ato de limpar. Percebe, num dado momento, que deverá deslocar um móvel para fazer uma limpeza completa. Tenta fazer isto sozinha, percebe então que precisará de ajuda, chama alguém para lhe ajudar, percebe então que o melhor é fazer isto e aquilo, etc. Desta maneira independente de as alternativas adotadas serem ou não ideais, as percepções mais adequadas vão surgindo logo em seguida, numa sequência sem fim. Para isto, basta que as providências aconteçam instantaneamente após as percepções.
E assim, qualquer que seja a alternativa adotada, o mais importante é a ação imediata. Pois se assim fizer, as próximas percepções irão surgindo e a pessoa poderá encontrar o caminho correto, para a consecução de seus objetivos. O importante é não dar "brecha" para que outros pensamentos acabem surgindo. O sentimento de preguiça, se assim o ser humano agir, não terá lugar.
IV. Faça primeiro aquilo que perceber
Aqui cabe uma observação. Não é porque percebeu que irá fazendo as coisas, abandonando tudo que está fazendo no momento. Há ocasiões em que a providência correta é outra. Há percepções que podem e devem ser executadas naquele exato momento. Há outras que deverão ser feitas amanhã, e outras até que devem ser colocadas em pratica no ano seguinte, etc. Se a sua atribuição for a de um diretor de uma empresa, há tarefas a serem pedidas ao gerente, outras à secretária e outras ao seu assessor e até mesmo percepções cujas execuções devem ser dele próprio.
Gostaríamos de salientar que as percepções divinas não existem exatamente para que saia largando a sua atividade atual e aventurando-se a fazer o que lhe vem em mente.
No entanto, o preguiçoso está, por outro lado, lançando mão de sua acomodação e utiliza estes argumentos como sua justificativa para, por exemplo, delegar todas as suas tarefas a seus subordinados, deixar de fazer todas as coisas principais naquele momento, alegando que determinadas percepções não são de execução imediata e que podem ser adiadas, e assim por diante.
Por outro lado, há também situações em que a pessoa percebe determinada providência a ser tomada, mas fica hesitante se termina primeiro aquilo que está fazendo ou se abandona o que está fazendo no momento para executar a percepção. O sentimento de preguiça não pode ter espaço neste sentido. Portanto, se veio a indecisão, o ideal é que a pessoa interrompa instantaneamente aquilo que está fazendo e faça aquilo que percebeu, e posteriormente, retorne a atividade anterior. Assim, não surgirá o sentimento de indecisão nem de preguiça, e as suas obrigações e tarefas irão sendo resolvidas uma a uma. Lembrando sempre que quando falamos em interromper momentaneamente a sua tarefa é para executar uma outra que acabou de perceber.
Se, por exemplo, estiver fazendo uma leitura ao perceber alguma coisa a ser feita, não espere terminar aquela página ou capítulo, pois isto é manifestação de teimosia, coloque o marcador no mesmo momento e procure executar seus pensamentos. Por outro lado, quando falamos que as pessoas que percebem as coisas devem interromper aquilo que estão fazendo, não estamos dizendo que elas devem retornar apenas no outro dia, ou quando se lembrar de continuar sua tarefa que foi interrompida. Tão logo conclua a execução de sua percepção, retorne aquilo que estava fazendo.
Em outras palavras, no momento em que recebeu esta deve transformar-se em ação, expressão. Por exemplo, deixar anotado, num papel, um recado para não esquecer, deixar transmitido para alguém, etc. Assim fazendo, as distrações e esquecimentos serão evitados e aumentará a produtividade de seus serviços.
V. Sentimento de desânimo e resultado da preguiça
Há muitas pessoas que, apesar de executarem as suas tarefas e obrigações, fazem com sentimento de desânimo. Em outras palavras, fazem contra a sua vontade ou mesmo desmotivados. Podemos afirmar que este caso também é um resultado do sentimento de preguiça. O mais interessante é que este perfil de pessoa aos olhos de todas as pessoas, trabalha incessantemente, de forma aparentemente dedicada e excessivamente atarefada, "sentimento de preguiça? Nem pensar!", diria ela alterando-se, se assim fosse questionada.
Contudo, o seu sentimento interior é sempre de preguiça. "Puxa que vontade de descansar, ficar sem fazer nada, ficar de papo pro ar...". E assim, manifesta sentimentos de reclamação, negatividade até de pessimismo nas coisas do dia-a-dia. Superficialmente, ninguém diria que está manifestando sentimento de preguiça, mas no íntimo, é um "poço" deste vício espiritual. O ser humano é capaz de sentir a alegria da realização em gestos simples do cotidiano, até mesmo simplório ato de transferir as coisas do lado direito da mesa para o lado esquerdo. Contudo, faz-se fundamental que o ser humano esteja com o estado espiritual e o prazer em certos atos.
Se tudo que faz, no entanto, for sem motivação, contra a sua vontade, certamente o resultado será proporcionalmente igual. Portanto, aquele que trabalha manifestando este tipo de sentimento de preguiça, não estará apto a criar uma obra de arte em sua expressão. Ou seja, podemos dizer que, em outras palavras, este ser humano "abriu mão de saborear a alegria da criação da arte em sua auto expressão."
O próprio preguiçoso está sempre pensando: "Será que não há nenhum serviço mais qualificado, que esteja a altura de minha capacidade?"
Será que não há qualquer outra tarefa mais interessante?", e procurar indicar pessoas que possam executar determinados serviços. No entanto, quando não há saída, e ele próprio precisa fazer, executa estas tarefas no mais baixo grau de motivação.
"Não se vive duas vezes"
Mesmo com todos os níveis de preguiça existentes, não é possível que exista alguém que tenha preguiça em ser feliz ou em buscar a sua felicidade. Todo ser humano, enquanto ser humano, deseja ser feliz em sua vida. Se é assim, é fundamental que todos assumam uma postura para que isto torne-se possível. E a conduta de que falamos é a de dedicar-se de corpo e alma naquela atividade e que está se empenhando no momento.
"Não se vive duas vezes", é fazer ou não fazer. Este estado de indefinição é o que menos vale. Decida-se por um dos caminhos e dedique-se integralmente. Mesmo que, por acaso, conclua que trata-se de algo sem valor ou que é um trabalho que deveria ser feito por outra pessoa, uma vez decidido a fazer, é preciso fazer toda a seriedade. Assim, será sempre melhor para a pessoa.
Se, ao longo de seu dia, estiver preocupado tão somente em dedicar-se, em todos os momentos, sentimentos de desânimo ou desmotivação não serão problema nem terão lugar.
Bem, discorremos até agora somente sobre o sentimento de preguiça. Se fomos prosseguir, muito mais exemplos e casos práticos poderão surgir. Contudo, o mais importante agora é que cada um procure compreender qual é a melhor maneira de praticar dentro da sua realidade, de forma individual. A prática que pode nascer a partir daí será muito mais eficiente.
Gostaria que cada um procurasse aproveitar as colocações aqui feitas e refletisse acerca de seus procedimentos errôneos em seu cotidiano. Desejo que focalizem a manifestação do sentimento de preguiça, controlem este vício e conquistem a sua felicidade.
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